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terça-feira, 23 de agosto de 2011

Vida, crise, consequências

Troika para aqui, Troika para ali, ir ao supermercado está impossível, o governo é uma ladroagem.

Expressões cada vez mais comuns no nosso dia-a-dia, quase confundidas com ditados, de tantas as vezes que as ouvimos.

Pois muito bem, com tanta Troika, o que se pode dizer é que se cá estão, não é por acaso. O Homem é e sempre será um ser vivo que busca o prazer, o conforto, luxos, enfim, todas as demais mordomias sem necessitar de um esforço extremo.

Algo que, em certa medida, provocou esta paz armada em que vivemos. Com a abertura das fronteiras, tudo se tornou mais fácil: mais variedade de produtos, mais opções de escolha, mais conhecimento, mais trocas interculturais (a aldeia global é cada vez mais uma realidade).

Os prós? TODOS...quase: a qualidade de vida aumentou, os cidadãos ficaram mais abertos a outras culturas, e acima de tudo, os países começaram a exportar e importar cada vez mais, mais e mais. Algo que não está errado, até é bom, se não for em exagero.

Senão vejamos: a CHINA. Um fenómeno do fabrico em série, uma mão-de-obra interminável, paciente, e barata.

O velho continente (e não só), viram naquele país a possibilidade de comprar barato. Compraram, usaram(usam), continuam a comprar, e a usar.

As fábricas nacionais não são mais precisas. Para quê pagar 480 euros a um funcionário em Portugal, se com o mesmo dinheiro pago a 50 funcionários na China? Uma linha de pensamento cada vez mais estendida, a todos os cantos do mundo.

Com isto, e agora falando no caso particular de Portugal, a população viu um meio de comprar muito, e gastar pouco, como se diz, viver à grande e à francesa. Têm de tudo e mais alguma coisa, e nem se importam que o PIB fique cada vez mais baixo, quase a tocar no chão.

Mais cedo ou mais tarde isto tinha de acontecer. Limitarmo-nos a comprar tem as suas consequências, a que todos concordamos chamá-la crise, e que nos está infernizar a vida. Aparentemente, os homens que governam o nosso pequeno, mas estimado país, arranjaram uma solução, chamar a Troika. Austeridade pura, digo-vos eu, o que estes senhores estão a fazer. Aos olhos do povo, estes senhores deviam ser banidos do país por tanto sacrifício que nos estão a fazer passar. Mas estarão mesmo? Ou estarão a dar-nos a possibilidade de nos tratar através de uma “terapia”, que como qualquer outra terapia tem o seu preço, e é longa, tortuosa, vertiginosa, e os demais adjectivos que ao campo lexical de “difícil” concerne?

Isso, meus caros leitores, é que iremos descobrir nos próximos anos.

Podemos sempre optar pelo caminho mais fácil, continuar a viver como temos vivido, continuar a comprar como temos comprado, continuar a pensar como temos pensado. A vida é bela e os anos passam a correr.

A continuar como estamos, um dia o colapso bate-nos à porta, e os regulares motins que já fazem parte da “ementa” dos noticiários, chegarão ao nosso cantinho mais rápido do que uma gota de água que cai no chão.

Na minha opinião, é importante desde já aliar estas medidas de austeridade, a uma agricultura mais intensiva em Portugal. Somos pequenos? Desde quando a ciência nos impediu de fazer o que quer que fosse?

Isso é o que ainda está para saber.

1 comentário:

  1. Muito bom. Gostei do que li. Acho que devem continuar e estou à espera de mais textos. Parabéns

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